terça-feira, 31 de maio de 2011

HISTORIA DA PSICOLOGIA NO BRASIL E NA BAHIA

A preocupação com os fenômenos psicológicos no Brasil data da época da colonização com alguns registros relativos à Filosofia, Moral, Teologia, Medicina, Política, etc. Há conteúdos que remetem a interpretações sobre os modos de agir dos indígenas, sua relação de trabalho e aculturação, a educação dos filhos, a relação das mulheres indígenas com a sua prole, etc. 
A psicologia no Brasil teve inicio com a criação das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia em 1833  porém até o final do século XIX, não havia nenhuma sistematização ou institucionalização do conhecimento psicológico. A psicologia não era incipiente. As associações profissionais e de pesquisa não existiam e o que havia como representação dos pensamentos psicológicos eram pessoas interessadas, curiosos dos temas e das questões sobre o assunto, não existindo assim a profissão de psicologia durante o século XIX. Por tal motivo esse período foi considerado pré-profissional.
O período da profissionalização é então iniciado no século XX, abordando desde a gênese da institucionalização da prática psicológica até a regulamentação da profissão e a criação dos seus dispositivos formais; a partir daí, um novo rumo começou a ser delineado. Nos seus primórdios, a psicologia no Brasil estava restrita às antigas escolas normais, como disciplina integrante dos currículos destinados à formação de docentes para as escolas de ensino primário, como eram chamadas as atuais escolas de ensino fundamental.
A psicologia foi considerada como ciência somente há cerca de 100 anos, tendo, a sua regulamentação como profissão no Brasil, sido concretizada em 27 de agosto de 1962 perante a LEI: 4.119 que dispõe sobre os cursos de formação em psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo.
Com a vinda do golpe militar de 1964 e com a instalação de seu regime repressivo, a perspectiva da psicologia e as suas conquistas foram reprimidas. O currículo do curso sofreu várias mudanças pelo Ministro da Educação.
Da inauguração dos laboratórios de psicologia experimental na educação em 1912, fundado por Clemente Quaglio, na Escola Normal em São Paulo, até a criação do código de ética profissional em 1975, a psicologia passa a estar organizada e estabelecida e a ter um conhecimento próprio tornando-se detentora de um determinado mercado de trabalho, ainda que compreendido entre a medicina e a educação.
Na Bahia, a pioneira e incansável psicóloga Mercedes Cunha Chaves de Carvalho, Mestre em Educação e Doutora pela Universidade de São Paulo, foi a co-fundadora do Conselho Regional de Psicologia da Bahia, tendo sido professora da Universidade Federal da Bahia e responsável pela implantação de cursos na Universidade Federal de Sergipe e da Faculdade Ruy Barbosa em Salvador.
Desde 1955 Mercedes Cunha Chaves de Carvalho vinha se interessando por Psicologia através do professor João Inácio de Mendonça, por quem tinha grande admiração, e decidiu fazer um curso de Filosofia, pois, junto com o de Pedagogia e às vezes o de Direito, eram os únicos cursos que mantinham a disciplina de  psicologia na sua grade curricular. Foi aluna de Caio Faminio Silva de Carvalho, um dos pioneiros da Psicologia na Bahia.
João de Mendonça percebeu que era necessário formar um curso de psicologia de fato, pois muitos outros profissionais estavam se colocando no papel de psicólogos, psicanalistas, terapeutas, sem estarem verdadeiramente aptos para isso, assim como algumas professoras primárias aplicavam certos tipos de testes nos alunos sem sequer terem um treinamento adequado. Por esse motivo João de Mendonça passou a se reunir com profissionais de todo o Brasil, constituindo assim uma comissão, que lutava pela criação e regulamentação da profissão de psicólogo.
A resistência dos médicos era muito grande, pois, como dito anteriormente, eles eram os terapeutas, os detentores da sabedoria, e seria tirado deles também mais um campo de trabalho.
Somente em 1962, apenas 10 anos depois de formada essa comissão, é que a profissão de psicologia  foi regulamentada,  no entanto a Bahia foi um dos últimos estados a ter este curso, efetuando seu primeiro vestibular em 1968.
Em 1975 a profissão de psicólogo passou a estar organizada e estabelecida, com formação referente a três grandes áreas como: Clínica, Escolar e Organizacional. Na atualidade existe um leque de possibilidades de atuação profissional como: Psicologia hospitalar, a criminal, a jurídica, a forense, a institucional, a social, a esportiva,  a de saúde pública entre outras.
Atualmente o curso de psicologia tem se expandido e diversas faculdades o adotaram.  A Psicologia é a ciência que estuda os “diversos homens” concebidos pelo conjunto social. Assim a Psicologia se caracteriza por uma diversidade de objetos de estudo e Ana Bock e col. (1999) chegam a postular que no momento não existe uma psicologia, mas ciências psicológicas embrionárias e em desenvolvimento.

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